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7 ótimos poemas sobre o céu para ler e se impressionar!

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Confira a nossa seleção de poemas sobre o céu em português!

É possível que o céu tenha sido um dos primeiros elementos de nossa realidade a impressionar profundamente o homem e fazê-lo pensar.

Seja de dia, quando defrontamo-nos com um azul infinito; seja de noite, quando uma escuridão imensa é salpicada de pontos brilhantes, o céu sempre nos intimida e nos impressiona com sua majestade.

Sendo assim, desde os primórdios tem ele servido, se não de pano de fundo, de inspiração para inúmeros poemas.

Dito isso, preparamos uma seleção com 7 poemas sobre o céu para que você possa apreciar diferentes abordagens para esta temática.

Boa leitura!

Poemas sobre o céu

Juízo, de Francisco Joaquim Bingre

Quando, nos quatro ângulos da Terra,
Troarem as trombetas ressurgentes,
Despertadoras dos mortais dormentes,
Por onde um Deus irado aos homens berra:

Prontos, num campo, em apinhada serra,
Todos nus assistir devem viventes
Ao Juízo Final e ver, patentes,
Seus delitos, que um livro eterno encerra.

Então, aberto o Céu, e o Inferno aberto,
Todos ali verão: e a sorte imensa
Duma mágoa sem fim, dum gozo certo.

Verão reto juiz pesar a ofensa
Na balança integral, e o justo acerto,
Dando da vida e morte igual sentença.

Hoje que a tarde é calma e o céu tranquilo, de Fernando Pessoa

Hoje que a tarde é calma e o céu tranquilo,
E a noite chega sem que eu saiba bem,
Quero considerar-me e ver aquilo
Que sou, e o que sou o que é que tem.

Olho por todo o meu passado e vejo
Que fui quem foi aquilo em torno meu,
Salvo o que o vago e incógnito desejo
De ser eu mesmo de meu ser me deu.

Como a páginas já relidas, vergo
Minha atenção sobre quem fui de mim,
E nada de verdade em mim albergo
Salvo uma ânsia sem princípio ou fim.

Como alguém distraído na viagem,
Segui por dois caminhos par a par.
Fui com o mundo, parte da paisagem;
Comigo fui, sem ver nem recordar.

Chegado aqui, onde hoje estou, conheço
Que sou diverso no que informe estou.
No meu próprio caminho me atravesso.
Não conheço quem fui no que hoje sou.

Serei eu, porque nada é impossível,
Vários trazidos de outros mundos, e
No mesmo ponto espacial sensível
Que sou eu, sendo eu por ’star aqui?

Serei eu, porque todo o pensamento
Podendo conceber, bem pode ser,
Um dilatado e múrmuro momento,
De tempos-seres de quem sou o viver?

O céu, de opacas sombras abafado, de Bocage

O céu, de opacas sombras abafado,
Tornando mais medonha a noite feia,
Mugindo sobre as rochas, que salteia,
O mar, em crespos montes levantado;

Desfeito em furacões o vento irado;
Pelos ares zunindo a solta areia;
O pássaro nocturno, que vozeia
No agoireiro cipreste além pousado;

Formam quadro terrível, mas aceito,
Mas grato aos olhos meus, grato à fereza
Do ciúme e saudade, a que ando afeito.

Quer no horror igualar-me a Natureza;
Porém cansa-se em vão, que no meu peito
Há mais escuridade, há mais tristeza.

A M.C., de Antero de Quental

No céu, se existe um céu para quem chora.
Céu, para as mágoas de quem sofre tanto…
Se é lá do amor o foco, puro e santo,
Chama que brilha, mas que não devora…

No céu, se uma alma n’esse espaço mora.
Que a prece escuta e enxuga o nosso pranto…
Se há Pai, que estenda sobre nós o manto
Do amor piedoso… que eu não sinto agora…

No céu, ó virgem! findarão meus males:
Hei de lá renascer, eu que pareço
Aqui ter só nascido para dores.

Ali, ó lírio dos celestes vales!
Tendo seu fim, terão o seu começo.
Para não mais findar, nossos amores.

A minha estrela, de Augusto dos Anjos

A meu irmão Aprígio A.

Eu disse — Vai-te, estrela do Passado!
Esconde-te no Azul da Imensidade,
Lá onde nunca chegue esta saudade,
— A sombra deste afeto estiolado.

Disse, e a estrela foi pra o Céu subindo,
Minh’alma que de longe a acompanhava,
Viu o adeus que do Céu ela enviava,
E quando ela no Azul foi se sumindo

Surgia a Aurora — a mágica princesa!
E eu vi o Sol do Céu iluminando
A Catedral da Grande Natureza.

Mas a noute chegou, triste, com ela
Negras sombras também foram chegando,
E nunca mais eu vi a minha estrela!

Via Láctea, de Olavo Bilac

XXIX

Por tanto tempo, desvairado e aflito,
Fitei naquela noite o firmamento,
Que inda hoje mesmo, quando acaso o fito,
Tudo aquilo me vem ao pensamento.

Saí, no peito o derradeiro grito
Calcando a custo, sem chorar, violento…
E o céu fulgia plácido e infinito,
E havia um choro no rumor do vento…

Piedoso céu, que a minha dor sentiste!
A áurea esfera da lua o ocaso entrava,
Rompendo as leves nuvens transparentes;

E sobre mim, silenciosa e triste,
A Via Láctea se desenrolava
Como um jorro de lágrimas ardentes.

O céu de todos os invernos, de Fernando Pessoa

O céu de todos os invernos
Cobre em meu ser todo o verão…
Vai pras profundas dos infernos
E deixa em paz meu coração!

Por ti meu pensamento é triste,
Meu sentimento anda estrangeiro;
A tua ideia em mim insiste
Como uma falta de dinheiro.

Não posso dominar meu sonho.
Não te posso obrigar a amar.
Que hei de fazer? Fico tristonho.
Mas a tristeza há de acabar.

Bem sei, bem sei… A dor de corno…
Mas não fui eu que lho chamei.
Amar-te causa-me transtorno,
Lá que transtorno é que não sei…

Ridículo? É claro. E todos?
Mas a consciência de o ser, fi-la bas-
Tante clara deitando-a a rodos
Em cinco quadras de oito sílabas.

Conclusão

Ficamos por aqui!

Esperamos que tenha gostado de nossa seleção de poemas sobre o céu.

Se você curtiu esse conteúdo, não deixe de ver a nossa coletânea de poemas sobre leitura.

Um abraço e até a próxima!

Como citar este conteúdo COMO FAZER UM POEMA. 7 ótimos poemas sobre o céu para ler e se impressionar!. [S.I.] 2023. Disponível em: https://comofazerumpoema.com/poemas-sobre-o-ceu-poesia-poetas-portugues/. Acesso em: 25 out. 2024.