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6 poemas sobre pátria em português!

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Confira a nossa seleção de poemas sobre pátria em português!

A pátria sempre suscitou emoções fortíssimas em um número enorme de pessoas; tão fortes, aliás, que frequentemente notamos, na história, tristes resultados de um nacionalismo apaixonado.

A muitos a pátria confere um senso de pertencimento talvez só igualável pela família; a pátria, também, é tida em altíssima estima por estar diretamente relacionada às memórias de nossa infância, por estar atrelada às nossas raízes e ter influído diretamente em nosso desenvolvimento pessoal.

Assim, temos com nossa pátria uma conexão inata, que às vezes se manifesta numa profunda ligação emocional.

Dito isso, preparamos uma seleção com 6 poemas sobre a pátria para que você possa apreciar algumas abordagens para este tema.

Boa leitura!

Poemas sobre pátria

Pátria, de Pedro Homem de Melo

A Pátria não é apenas
Um corpo de bailador.
Não são duas mãos morenas
Nem mesmo um beijo de amor
Mais do que os livros que lemos,
Mais que os amigos que temos,
Mais até que a mocidade,
A Pátria, realidade,
Vive em nós, porque vivemos.

Patriota? Não: só português, de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)

Patriota? Não: só português.
Nasci português como nasci louro e de olhos azuis.
Se nasci para falar, tenho que falar-me.

Ocaso, de Oswald de Andrade

No anfiteatro de montanhas
Os profetas do Aleijadinho
Monumentalizam a paisagem
As cúpulas brancas dos Passos
E os cocares revirados das palmeiras
São degraus da arte de meu país
Onde ninguém mais subiu

Bíblia de pedra-sabão
Banhada no ouro das minas

Os Lusíadas, de Almeida Garrett

I.

Coa doce voz o cisne lusitano
Assim as próprias feras abrandava;
Mas nem o Tejo. de seu canto ufano,
Nem as ingratas Tágides tocava:
De seu ímpio destino desumano
Nunca as iras fatais, nunca domava;
Nem achou entre os seus humanidade
Quem moveria as pedras à piedade.

II.

Ingrata pátria, o engenho sublimado
Digno de um capitólio em Roma antiga,
Tu não o ergueste desse baixo estado
Em que só por tua glória se afadiga!
O engenho que te inveja malogrado
Toda a nação de méritos amiga,
Tu na vida em misérias o deixaste,
E em leito vil à fome o assassinaste!

III.

Vai! Sua glória é mais hoje a maravilha
Das gentes, porque mais o perseguiste;
Morre o teu nome quando o seu mais brilha,
Despojam dele a tua língua triste;
Ibéria o adoptou, França o perfilha,
Britânia o quer; e agora eterno existe,
Que num e noutro itálico idioma
Entre os seus vates o coloca Roma.

IV.

Tu fica-te cos ossos desonrados
Que te acusam de ingrata ao céu e à terra;
Seu spírito, esse vai onde prezados
São virtude e talento, e onde ímpia guerra
Stulto o poder não faz aos mais honrados:
Mais de outros já que teu, já não se encerra
Num canto do orbe sua altiva fama,
Que Augusto a ampara e um Alexandre a aclama.

V.

Lá onde surge de alto monte, e brilha
Sobre a escolhida grei de Deus a estrela,
E igual àquela antiga maravilha
Que os reis guiou a Deus, sobre os reis vela,
Lá onde ao mérito o poder se humilha,
Beija a paz da justiça a face bela,
E de ilustre carvalho à sombra amena
Descansa Roma no velar de Sena.[9]

VI.

Lá vai, minha obra, o desta luz roubada
Tu leva à pátria musa esses primores;
Em fala ignota estava sepultada,
Raios de estranho sol são seus fulgores.
Vai, viverás: também com luz furtada
Deu vida Prometeu. Se mais não fores,
Serás reflexo de beleza, lustre,
E de eterno splendor êmula ilustre.

Pátria, de Olavo Bilac

Pátria, latejo em ti, no teu lenho, por onde
Circulo! e sou perfume, e sombra, e sol, e orvalho!
E, em seiva, ao teu clamor a minha voz responde,
E subo do teu cerne ao céu de galho em galho!

Dos teus liquens, dos teus cipós, da tua fronde,
Do ninho que gorjeia em teu doce agasalho,
Do fruto a amadurar que em teu seio se esconde,
De ti, – rebento em luz e em cânticos me espalho!

Vivo, choro em teu pranto; e, em teus dias felizes,
No alto, como uma flor, em ti, pompeio e exulto!
E eu, morto, – sendo tu cheia de cicatrizes,

Tu golpeada e insultada, – eu tremerei sepulto:
E os meus ossos no chão, como as tuas raízes,
Se estorcerão de dor, sofrendo o golpe e o insulto!

Ao aniversário da independência do Maranhão, de Gonçalves Dias

Avante! avante! ó Bravos — Do Ipiranga
Soou do nobre peito altivo grito,
— Independência ou Morte! — Heroico brado
De sublime sentir, que nobres sentem,
Por vis não compreendido; um Povo inteiro,
Uníssono responde — à voz excelsa —
Ruidoso e forte — Independência ou Morte!

Arrochados grilhões suporte o escravo,
Não desponte sequer nos lábios dele
A prece humilde do que implora a vida,
Suporte afrontas vis — o ente infame
As injúrias, baldões, escárnio afeito,
Em cujas faces o pudor não brilha,
Em cujas veias já não gira o sangue,
Em cujas lábios não borbulham vozes
De raiva — de rancor d’honra ofendida.
Mas o que tal não for — o que no peito
Sente gravado em firmes caracteres
— Amor e Pátria — e Liberdade e Honra —
Sopese a lança e leve a mão da espada,
E venha à campo apercebido em guerra.

A Pátria chama aos seus — ou morte ou vida.
Ou luz ou trevas da batalha pende —
Liberdade ou morrer! Avante! ó Bravos.
É grato ao Lidador a lide acesa,
O pó do campo — o estrépito das armas,
Da baila o sibilar; — fértil o sangue
Do que procura a liberdade saneia,
Honrosa a morte que liberta a Pátria.
A Pátria chama aos seus — Maldito o filho
Que ao prantear da mãe não verte pranto,
Maldito o cidadão — que não tem braços,
Sangue nem coração, que tributar-lhe
Quando ela em dia aflito — aos seus convoca.

Terras do Maranhão — terras ditosas,
De galas, de primores revestida,
Que o avaro Holandês tanto almejava,
A bela França cobiçou teus mimos,
E ufanas de se ver sobre os teus mares
As flores três de lírios — assumiram
Fulgor mais vivo — no teu céu brilhante !
E as quinas de ver o fero aspecto
Do negro Adamastor — quase temeram —
No cabo das procelas combatido —
Amavam pelos ares deslizar-se
Da tua mansa brisa ao leve sopro,
Como depois de um sonho tormentoso
Ama o triste acordar à luz da aurora.

Terras do Maranhão — terras viçosas!
E o estrangeiro há de colher teus frutos,
Calcar-te o solo — espedaçar-te as flores,
E tu erma serás — escrava e muda,
E tu sem filhos — sem valor — sem alma.
Oh! não — que o brado excelso do Ipiranga
Elétrico voou por montes — vales —
Do mar nos altos Andes repulsando
Do Prata às férteis margens do Amazonas.

E esse brado passou! — depois silêncio.
Depois lidar aceso — mortes — prantos.
E a alegria por fim, que a torva morte
Aflições e prazer remata em breve.

Mas do tempo que foi — que resta agora?
Memória apenas — recordar de males,
Suave, quando o tempo os tem quebrado.
Agora resta amor ao pátrio solo,
Amor à liberdade — à Independência
Do Brasileiro Império em mundo novo,
Erguido em verdes prainos vicejantes:
Agora — amor à prole de Bragança,
A Pedro — Imperador.

Conclusão

Ficamos por aqui!

Esperamos que tenha gostado de nossa seleção de poemas sobre pátria.

Se você curtiu esse conteúdo, não deixe de ver a nossa coletânea de poemas sobre o meio ambiente.

Um abraço e até a próxima!

Como citar este conteúdo COMO FAZER UM POEMA. 6 poemas sobre pátria em português!. [S.I.] 2023. Disponível em: https://comofazerumpoema.com/poemas-sobre-patria-patriotas-poesia-versos/. Acesso em: 27 out. 2024.