Confira a nossa seleção de poemas sobre virtude em português!
A virtude é frequentemente tida por filósofos como o caminho mais curto para alcançar a felicidade e a realização pessoal.
Desde tempos imemoriais, tem ela sido foco de atenção e muito valorizada, independentemente de quais conclusões se chega a respeito de sua natureza.
Para Aristóteles, por exemplo, a virtude pode ser desenvolvida e pode ser dividida entre virtudes morais e intelectuais.
Na poesia, a virtude é o mais das vezes pintada como modelo de conduta e serve de inspiração não somente para o poeta, mas para aquele que o lê.
Dito isso, preparamos uma seleção com 6 poemas sobre virtude, para que você possa ver diferentes abordagens para essa qualidade humana tão admirada.
Boa leitura!
Poemas sobre virtude
A Horacio Flacco, de Raimundo Correia
Julgo eu que em tua sábia e conselheira
Musa mais invejável é… (não digo,
Que o dom de até no ardor, provecto amigo,
Ser sempre a mesma: —sóbria e verdadeira;Nem digo que esse engenho e essa maneira
Com que ela das virtudes o áureo trigo
Ceifado ao campo do bom senso antigo,
Pingue, abastoso e ubérrimo, joeira…)Mais invejável digo que é, e julgo,
A ciência não vulgar de, em companhia
Dela, e olvidado do profano vulgo,Dentro em ti mesmo, achares essa pura
Paz de espirito e essa intima alegria,
Que, debalde, entre os homens se procura.
Hino à razão, de Antero de Quental
Razão, irmã do Amor e da Justiça,
Mais uma vez escuta a minha prece.
É a voz dum coração que te apetece,
Duma alma livre, só a ti submissa.Por ti é que a poeira movediça
De astros e sóis e mundos permanece;
E é por ti que a virtude prevalece,
E a flor do heroísmo medra e viça.Por ti, na arena trágica, as nações
Buscam a liberdade, entre clarões:
E os que olham o futuro e cismam, mudos,Por ti, podem sofrer e não se abatem,
Mãe de filhos robustos, que combatem
Tendo o teu nome escrito em seus escudos!
Tem a Virtude o prêmio, de Filinto Elísio
Tardio às vezes, sempre merecido,
Tem a Virtude o prêmio aparelhado
Ao profícuo talento, ao peito honrado,
Que do dever o stádio tem corrido.O Sábio, que dos louros esquecido
Só no obrar bem os olhos tem cravado
Inópino também se acha c’roado
Por mãos sob’ranas c’o laurel devidoÚtil à Pátria seja, as paixões dome,
Seja piedoso, honesto, afável, justo;
Que no futuro o espera ínclito nome.»Assim falou Minerva ao Coro augusto,
Pondo no Templo do imortal Renome,
De glória ornado, o teu prezado Busto.
Os Lusíadas, de Almeida Garret
IV
Tu fica-te cos ossos desonrados
Que te acusam de ingrata ao céu e à terra;
Seu spírito, esse vai onde prezados
São virtude e talento, e onde ímpia guerra
Stulto o poder não faz aos mais honrados:
Mais de outros já que teu, já não se encerra
Num canto do orbe sua altiva fama,
Que Augusto a ampara e um Alexandre a aclama.
A. Sá, de Augusto dos Anjos
Verdade ou não! O fato é que se achava
Entre as superstições de um povo prisco
O Basilisco — um sáurio que matava
Com o olhar! — Teus olhos são de Basilisco…Verdade ou não! Mas da Sereia diz-se
Que no alto-mar, noites de lua cheia,
Atraía com a voz o nauta!… — Alice,
A tua voz é como a da Sereia…Verdade ou não! Contam de Vênus que ela,
O sonho de estatuária dos helenos,
Usando o Césto se tornou mais bela!
— Tu tens o Césto mágico de Vênus…Eis porque é que de joelhos às tuas plantas
Lanças humilde a humanidade, a um gesto:
— Matas com o olhar, prendes com a voz e encantas
Com as mágicas virtudes do teu Césto…
O homem forte, de Gonçalves Dias
O modesto varão constante e justo
Pensa e medita nas lições dos sábios
E nos caminhos da justiça eterna
Gradua firme os passos.O brilho da sua lama não mareia
A luz do sol, nem do carvão se tisna;
Morre pelo dever, austero e crente,
Confessando a virtude.Pode a calúnia denegrir seus feitos,
Negar-lhe a inveja o mérito subido;
Pode em seu dano conspirar-se o mundo
E renegá-lo a pátria!Tão modesto no paço de Lóculo
Como encerrado no tonel do Grego,
Nem o transtorna a aragem da ventura,
Nem a desgraça o abate.A tiranos preceitos não se humilha,
Ante o ferro do algoz não curva a fronte,
Não faz calar da consciência o grito,
Não nega os seus princípios.Antes, seguro e firme e confiado
No tempo, vingador das injustiças,
Co’s pés no cadafalso e a vista erguida
Se mostra imperturbável.Sofre mártir e expira! A pátria em torno
Do seu sepulcro o chora, onde a virtude,
Afeita ao luto e à dor, de novo carpe
Do justo a flébil morte!
Conclusão
Ficamos por aqui!
Esperamos que tenha gostado de nossa seleção de poemas sobre virtude.
Se você curtiu esse conteúdo, não deixe de ver a nossa coletânea de poemas sobre vontade.
Um abraço e até a próxima!