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4 poemas de motivação que irão inspirar o seu dia!

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Confira a nossa seleção de poemas de motivação feitos por grandes poetas da língua portuguesa!

A vida pode muitas vezes ser-nos dura e desafiadora, e não é raro carecermos de um incentivo para que continuemos motivados e possamos enfrentar os obstáculos que se colocam em nosso caminho.

Por isso, poemas de motivação podem ser-nos aliados poderosos, dando-nos força, esperança e inspiração nos momentos em que precisamos.

Sendo assim, preparamos uma seleção com 4 poemas de motivação que irão inspirar o seu dia, e esperamos sinceramente que tais versos lhe possam ser úteis e benéficos.

Boa leitura!

Poemas de motivação

A Ideia, de Antero de Quental

IV

Conquista pois sozinho o teu futuro,
Já que os celestes guias te hão deixado,
Sobre uma terra ignota abandonado,
Homem — proscrito rei — mendigo escuro!

Se não tens que esperar do céu (tão puro,
Mas tão cruel!) e o coração magoado
Sentes já de ilusões desenganado,
Das ilusões do antigo amor perjuro:

Ergue-te, então, na majestade estoica
Duma vontade solitária e altiva,
Num esforço supremo de alma heroica!

Faze um templo dos muros da cadeia,
Prendendo a imensidade eterna e viva
No círculo de luz da tua Ideia!

Canção do Tamoio, de Gonçalves Dias

I

Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.

II

Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.

III

O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves conselhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!

IV

Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!

V

E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.

VI

Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
De inimigos transidos
Por vil comoção;
E tremam de ouvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.

VII

E a mão nessas tabas,
Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror;
Teu nome lhes diga,
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!

VIII

Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranquilo nos gestos,
Impávido, audaz.

IX

E cai como o tronco
Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão.

X

As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.

O meu nirvana, de Augusto dos Anjos

No alheamento da obscura forma humana,
De que, pensando, me desencarcero,
Foi que eu, num grito de emoção, sincero,
Encontrei, afinal o meu nirvana!

Nessa manumissão schopenhauereana,
Onde a Vida do humano aspecto fero
Se desarraiga, eu, feito força, impero
Na imanência da Ideia Soberana!

Destruída a sensação que oriunda fora
Do tato — ínfima antena aferidora
Destas tegumentárias mãos plebeias —

Gozo o prazer, que os anos não carcomem,
De haver trocado a minha forma de homem
Pela imortalidade das Ideias!

Sobre as bodas de um sexagenário, de Olavo Bilac

Amas. Um novo sol apontou no horizonte,
E ofuscou-te a pupila e iluminou-te a fronte…

Lívido, o olhar sem luz, roto o manto, cabida
Sobre o peito, a tremer, a barba encanecida,
Desvias, cambaleando, a encosta pedregosa
Da velhice. Que mão te ofereceu, piedosa,
Um piedoso bordão para amparar teus passos?
Quem te estendeu a vida, estendendo-te os braços?
Ias desamparado, em sangue os pés, sozinho…
E era horrendo o arredor, torvo o espaço, o caminho
Sinistro, acidentado… Uivava porto o vento
E rodavam bulcões no turvo firmamento.
Entrado do terror, a cada passo o rosto
Voltavas, perscrutando o caminho transposto,
E volvias o olhar: e o olhar alucinado
Via de um lado a trova, a trova de outro lado,
E assombrosas visões, vultos extraordinários,
Desdobrando a correr os trêmulos sudários.
E ouvias o rumor de uma enxada, cavando
Longe a terra… E paraste exânime.

Foi quando
Pareceu-te escutar pelo caminho escuro,
Soar, de instante a instante, um passo mal seguro
Como o teu. E atentando, entre alegria e espanto,
Viste que vinha alguém compartindo o teu pranto,
Trilhando a mesma estrada horrível que trilhavas,
E ensanguentando os pés onde os ensanguentavas.

E sorriste. No céu fulgurava uma estrela.
E sentiste falar subitamente, ao vela,
Teu velho coração dentro do peito, como
Desperto muita vez no derradeiro assomo
Da bravura, — sem voz, decrépito, impotente,
Trôpego, sem vigor, sem vista, — de repente
Riça a juba, e, abalando a solidão noturna,
Urra um velho leão numa apartada furna.

Conclusão

Ficamos por aqui!

Esperamos que tenha gostado de nossa seleção de poemas de motivação.

Se você curtiu esse conteúdo, não deixe de ver a nossa coletânea de poemas que expressam a poesia do cotidiano.

Um abraço e até a próxima!

Como citar este conteúdo COMO FAZER UM POEMA. 4 poemas de motivação que irão inspirar o seu dia!. [S.I.] 2023. Disponível em: https://comofazerumpoema.com/poemas-de-motivacao-poesia-refletir-inspirar/. Acesso em: 25 out. 2024.