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6 bonitos poemas para amantes em português!

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Confira a nossa seleção de poemas para amantes em português e inspire-se com estes bonitos versos!

Diga-se o que se quiser, mas a verdade é que na literatura e na história encontramos imensa abundância de versos e casos envolvendo amantes.

Isso porque o ser humano, com sua faculdade ímpar de se apaixonar, transforma-se ao fazê-lo e passa a ver-lhe a paixão como o centro de sua própria existência.

Apaixonado, o ser humano só pensa na criatura amada, deseja-a e venera-a. Sem ela, seus dias são tristes; com ela, toda a realidade toma contornos de maravilha.

E como não poderia ser diferente, os poemas para amantes são frequentíssimos na literatura, e geralmente se apresentam repletos de verve.

Por isso, preparamos essa seleção com 6 poemas para amantes em português para que você possa apreciar ou, quem sabe, inspirar-se para compor os seus próprios versos.

Boa leitura!

Poemas para amantes

Namorados do mirante, de Vinícius de Moraes

Eles eram mais antigos que o silêncio
A perscrutar-se intimamente os sonhos
Tal como duas súbitas estátuas
Em que apenas o olhar restasse humano.
Qualquer toque, por certo, desfaria
Os seus corpos sem tempo em pura cinza.
A Remontavam às origens — a realidade
Neles se fez, de substância, imagem.
Dela a face era fria, a que o desejo
Como um íctus, houvesse adormecido
Dele apenas restava o eterno grito
Da espécie — tudo mais tinha morrido.
Caíam lentamente na voragem
Como duas estrelas que gravitam
Juntas para, depois, num grande abraço
Rolarem pelo espaço e se perderem
Transformadas na magma incandescente
Que milênios mais tarde explode em amor
E da matéria reproduz o tempo
Nas galáxias da vida no infinito.

Eles eram mais antigos que o silêncio…

Noite de sonhos voada, de Manuel Lopes Fonseca

Noite de sonhos voada
cingida por músculos de aço,
profunda distância rouca
da palavra estrangulada
pela boca amordaçada
noutra boca,
ondas do ondear revolto
das ondas do corpo dela
tão dominado e tão solto
tão vencedor, tão vencido
e tão rebelde ao breve espaço
consentido
nesta angústia renovada
de encerrar
fechar
esmagar
o reluzir de uma estrela
num abraço
e a ternura deslumbrada
a doce, funda alegria
noite de sonhos voada
que pelos seus olhos sorria
ao romper de madrugada:
— Ó meu amor, já é dia!…

Frêmito do meu corpo a procurar-te, de Florbela Espanca

Frêmito do meu corpo a procurar-te,
Febre das minhas mãos na tua pele
Que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,
Doído anseio dos meus braços a abraçar-te,

Olhos buscando os teus por toda a parte,
Sede de beijos, amargor de fel,
Estonteante fome, áspera e cruel,
Que nada existe que a mitigue e a farte!

E vejo-te tão longe! Sinto tua alma
Junto da minha, uma lagoa calma,
A dizer-me, a cantar que não me amas…

E o meu coração que tu não sentes,
Vai boiando ao acaso das correntes,
Esquife negro sobre um mar de chamas…

Se tu viesses ver-me…, de Florbela Espanca

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços…

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca… o eco dos teus passos…
O teu riso de fonte… os teus abraços…
Os teus beijos… a tua mão na minha…

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo…
E os meus braços se estendem para ti…

Primavera, de Olavo Bilac

Ah! quem nos dera que isto, como outrora,
Inda nos comovesse! Ah! quem nos dera
Que inda juntos pudéssemos agora
Ver o desabrochar da primavera!

Saíamos com os pássaros e a aurora.
E, no chão, sobre os troncos cheios de hera,
Sentavas-te sorrindo, de hora em hora:
“Beijemo-nos! amemo-nos! espera!”

E esse corpo de rosa recendia,
E aos meus beijos de fogo palpitava,
Alquebrado de amor e de cansaço.

A alma da terra gorjeava e ria…
Nascia a primavera… E eu te levava,
Primavera de carne, pelo braço!

Manias, de Cesário Verde

O mundo é velha cena ensanguentada.
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.

Eu sei um bom rapaz, – hoje uma ossada -,
Que amava certa dama pedantesca,
Perversíssima, esquálida e chagada,
Mas cheia de jactância, quixotesca.

Aos domingos a deia, já rugosa,
Concedia-lhe o braço, com preguiça,
E o dengue, em atitude receosa,

Na sujeição canina mais submissa,
Levava na tremente mão nervosa,
O livro com que a amante ia ouvir missa!

Conclusão

Ficamos por aqui!

Esperamos que tenha gostado de nossa seleção de poemas para amantes.

Se você curtiu esse conteúdo, não deixe de ver a nossa coletânea de poemas sobre Deus.

Um abraço e até a próxima!

Como citar este conteúdo COMO FAZER UM POEMA. 6 bonitos poemas para amantes em português!. [S.I.] 2021. Disponível em: https://comofazerumpoema.com/poemas-para-amantes-em-portugues-poesia-ideia/. Acesso em: 2 out. 2024.