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6 belíssimos poemas de Olavo Bilac para ler e se impressionar!

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Confira a nossa seleção de poemas de Olavo Bilac e se impressione com a beleza dos versos deste grande poeta!

Olavo Bilac é, sem dúvida, um dos nomes mais respeitados da literatura brasileira.

Considerado o representante mais icônico do Parnasianismo brasileiro, Bilac foi, em vida, um dos poetas mais populares do Brasil.

O esmero e meticulosidade de Bilac em suas composições é ímpar, e pode ser muito bem definido por estes versos do próprio poeta:

Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito

Dito isso, preparamos uma seleção com 6 poemas de Olavo Bilac, para que você possa apreciar se impressionar com a beleza e a refinada técnica dos versos deste grande poeta.

Boa leitura!

Poemas de Olavo Bilac

Inania verba

Ah! quem há-de exprimir, alma impotente e escrava,
O que a boca não diz, o que a mão não escreve?
— Ardes, sangras, pregada à tua cruz, e, em breve,
Olhas, desfeito em lodo, o que te deslumbrava…

O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava:
A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve…
E a Palavra pesada abafa a Ideia leve,
Que, perfume o clarão, refulgia o voava.

Quem o molde achará para a expressão de tudo?
Ai! quem há-de dizer as ânsias infinitas
Do sonho? o o céu que foge à mão que se levanta?

E a ira muda? e o asco mudo? e o desespero mudo?
E as palavras de fé que nunca foram ditas?
E as confissões de amor que morrem na garganta?!

Vanitas

Cego, em febre a cabeça, a mão nervosa e fria,
Trabalha. A alma lhe sai da pena, alucinada,
E enche-lhe, a palpitar, a estrofe iluminada
De gritos de triunfo e gritos de agonia.

Prende a ideia fugaz; doma a rima bravia;
Trabalha… E a obra, por fim, resplandece acabada :
« Mundo, que as minhas mãos arrancaram do nada!
Filha do meu trabalho! ergue-te à luz do dia!

Cheia da minha febre e da minha alma cheia,
Arranquei-te da Vida ao adito profundo,
Arranquei-te do Amor à mina ampla e secreta!

Posso agora morrer, porque vives! » E o Poeta
Pensa que vai cair, exausto, ao pé de um mundo,
E cai — vaidade humana! — ao pé do um grão de areia…

Este, que um deus cruel arremessou à vida,
Marcando-o com o sinal da sua maldição,
— Este desabrochou como a erva má, nascida
Apenas para aos pés ser calcada no chão.

De motejo em motejo arrasta a alma ferida…
Sem constância no amor, dentro do coração
Sente, crespa, crescer a selva retorcida
Dos pensamentos maus, filhos da solidão.

Longos dias sem sol! noites de eterno luto!
Alma cega, perdida à toa no caminho!
Roto casco de nau, desprezado no mar!

E, arvore, acabará sem nunca dar um fruto…
E, homem, há-de morrer como viveu: sozinho!
Sem ar! sem luz! sem Deus! sem fé! sem pão! sem lar!

A um poeta

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, no silêncio e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica, mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

Língua portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura;
Ouro nativo, que, na ganga impura,
A bruta mina entre os cascalhos vela…

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceanos largos!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Os sinos

Plangei, sinos! A terra ao nosso amor não basta…
Cansados de ânsias vis e de ambições ferozes,
Ardemos numa louca aspiração mais casta,
Para transmigrações, para metempsicoses!

Cantai, sinos! Daqui por onde o horror se arrasta,
Campas de rebeliões, bronzes de apoteoses,
Badalai, bimbalhai, tocai à esfera vasta!
Levai os nossos ais rolando em vossas vozes!

Em repiques de febre, em dobres a finados,
Em rebates de angústia, ó carrilhões, dos cimos
Tangei! Torres da fé, vibrai os nossos brados!

Dizei, sinos da terra, em clamores supremos,
Toda a nossa tortura aos astros de onde vimos,
Toda a nossa esperança aos astros aonde iremos!

Conclusão

Ficamos por aqui!

Esperamos que você tenha gostado de nossa seleção de poemas de Olavo Bilac.

Se você curtiu esse conteúdo, não deixe de ver a nossa coletânea de poemas de Machado de Assis.

Um abraço e até a próxima!

Como citar este conteúdo COMO FAZER UM POEMA. 6 belíssimos poemas de Olavo Bilac para ler e se impressionar!. [S.I.] 2021. Disponível em: https://comofazerumpoema.com/belissimos-poemas-de-olavo-bilac-poesia-poeta/. Acesso em: 29 out. 2024.