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7 poemas infantis de Cecília Meireles para ler com as crianças!

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Confira a nossa seleção de poemas infantis de Cecília Meireles para ler com as crianças!

É algo conhecido que Cecília Meireles, além de vasta e reconhecida obra poética, foi uma grande entusiasta da educação infantil.

A este interesse Cecília empenhou-se com notável dedicação, e os frutos de seu trabalho educativo foram muitos, desde a fundação da primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, até a publicação de numerosos poemas infantis.

Sendo assim, preparamos uma seleção com 7 poemas infantis de Cecília Meireles, alguns deles de grande sucesso, para que você possa apreciá-los e recitá-los a crianças.

Boa leitura!

Poemas infantis de Cecília Meireles

Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

A bailarina

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.

Bolhas

Olha a bolha d’água
no galho!
Olha o orvalho!

Olha a bolha de vinho
na rolha!
Olha a bolha!

Olha a bolha na mão
Que trabalha!

Olha a bolha de sabão
na ponta da palha:
brilha, espelha
e se espalha.
Olha a bolha!

Olha a bolha
que molha
a mão do menino:

A bolha da chuva da calha!

O Menino Azul

O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.

O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
de tudo o que aparecer.

O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.

(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)

Leilão de jardim

Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?

Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?

Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?

(Este é o meu leilão.)

Jogo de bola

A bela bola
rola:
a bela bola do Raul.

Bola amarela,
a da Arabela.

A do Raul,
azul.

Rola a amarela
e pula a azul.

A bola é mole,
é mole e rola.

A bola é bela,
é bela e pula.

É bela, rola e pula,
é mole, amarela, azul.

A de Raul é de Arabela,
e a de Arabela é de Raul.

Criança

Cabecinha boa de menino triste,
de menino triste que sofre sozinho,
que sozinho sofre, — e resiste,

Cabecinha boa de menino ausente,
que de sofrer tanto se fez pensativo,
e não sabe mais o que sente…

Cabecinha boa de menino mudo
que não teve nada, que não pediu nada,
pelo medo de perder tudo.

Cabecinha boa de menino santo
que do alto se inclina sobre a água do mundo
para mirar seu desencanto.

Para ver passar numa onda lenta e fria
a estrela perdida da felicidade
que soube que não possuiria.

Quais os benefícios dos poemas infantis para as crianças?

A leitura de poemas infantis pode ser muito benéfica para as crianças.

Poderíamos elencar inúmeros motivos para justificá-lo, mas resumiremos os principais.

Que fique, porém, registrado que incentivamos fortemente o uso da poesia como ferramenta de ensino: as crianças só têm a ganhar.

Os principais benefícios dos poemas infantis para as crianças são:

Poemas infantis são divertidos

Não se pode falar em ensinar crianças sem falar em didática.

E a didática, para crianças, tem de ser leve, dinâmica, estimulante.

Muito do que a criança aprenderá, ou terá dificuldades para aprender, é diretamente dependente da maneira com a qual foi ensinada.

Sendo assim, destacamos que os poemas infantis são poderosíssimas ferramentas de ensino, justamente porque estimularão o cérebro da criança, que se divertirá com as relações todas novas estabelecidas entre as palavras e com o som agradável dos versos.

Poemas infantis desenvolvem a memória

A repetição de rimas e cantigas é como que um exercício para a memória das crianças; não somente memória semântica, como memória afetiva.

A criança, portanto, ao ler poemas infantis, fará registros semânticos e afetivos em sua mente, podendo recordá-los quando deparar-se com palavras componentes do poema no futuro, lembrando-se tanto do sentido atribuído a elas no poema, quanto das sensações que experimentaram ao lê-los pela primeira vez.

Poemas infantis desenvolvem o uso da linguagem

Desenvolver o bom uso da linguagem é algo fundamental para uma criança, que impactará sua vida futura independentemente do caminho que escolha.

Sabemos que o processo cognitivo humano é complexo, lento, e muitas vezes inconsciente.

A criança chega a um mundo onde não conhece nada e, exposta diariamente a diferentes sons, imagens e estímulos, vai lentamente atribuindo sentido a eles e entendendo o ambiente em que vive.

Os poemas infantis contribuem sobremaneira para que a criança tome consciência dos fonemas, das palavras, da sintaxe, além de estimular a interpretação de texto e o raciocínio crítico, habilidades importantíssimas que terão de desenvolver.

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Poemas infantis estimulam a criatividade

Os variados elementos que constituem a poesia são fortíssimos estímulos para a criatividade das crianças.

Os jogos de palavras, as rimas, as aliterações, o ritmo, a cadência dos poemas, tudo isso as encanta por evidenciar relações interessantes que as palavras podem travar entre si.

Mas mais do que isso: sendo os poemas, em geral, narrativas, eles farão com que a criança imagine e a imaginação, como sabemos, é o grande pilar da criatividade.

Sobre Cecília Meireles

Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de novembro de 1901 e morreu, na mesma cidade, em 9 de novembro de 1964.

Nascida órfã de pai, perdeu a mãe aos três anos e, por isso, foi criada por sua avó portuguesa, Dona Jacinta, natural da ilha dos Açores.

Desde pequena, Cecília recebeu educação religiosa e demonstrou grande interesse pela literatura. Tornou-se professora muito cedo, quando já compunha poemas.

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O interesse de Cecília Meireles pela educação fê-la fundar a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, em 1934.

Aos 21 anos, casou-se com o pintor português Fernando Correia Dias, que veio a suicidar-se em 1936.

Cinco anos após este evento dramático, Cecília casa-se novamente, desta vez com o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius de Silveira Grilo.

Em 1939, Cecília publica Viagem, livro que rapidamente encantou leitores e acadêmicos, dando-lhe grande reconhecimento e o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras.

No dia 9 de novembro de 1964, com 63 anos, Cecília faleceu, vítima de câncer, no Rio de Janeiro.

Obras de Cecília Meireles

  • Espectros (1919)
  • Criança, meu amor (1923)
  • Nunca mais (1923)
  • Poema dos poemas (1923)
  • Baladas para el-rei (1925)
  • O espírito vitorioso (1929)
  • Saudação à menina de Portugal (1930)
  • Batuque, samba e macumba (1933)
  • A festa das letras (1937)
  • Viagem (1939)
  • Olhinhos de gato (1940)
  • Vaga música (1942)
  • Mar absoluto (1945)
  • Rute e Alberto (1945)
  • Rui: pequena história de uma grande vida (1948)
  • Retrato natural (1949)
  • Problemas de literatura infantil (1950)
  • Amor em Leonoreta (1952)
  • Doze noturnos da Holanda e O aeronauta (1952)
  • Romanceiro da Inconfidência (1953)
  • Poemas escritos na Índia (1953)
  • Pequeno oratório de Santa Clara (1955)
  • Pistoia, cemitério militar brasileiro (1955)
  • Panorama folclórico de Açores (1955)
  • Canções (1956)
  • Giroflê, giroflá (1956).
  • Romance de Santa Cecília (1957).
  • A rosa (1957).
  • Metal rosicler (1960)
  • Poemas de Israel (1963)
  • Solombra (1963)
  • Ou isto ou aquilo (1964)
  • Escolha o seu sonho (1964)
  • Crônica trovada da cidade de Sam Sebastiam (1965)
  • O menino atrasado (1966)
  • Poemas italianos (1968)
  • Flor de poemas (1972)
  • Elegias (1974)
  • Flores e canções (1979)

Conclusão

Ficamos por aqui!

Esperamos que você tenha gostado de nossa seleção de poemas infantis de Cecília Meireles.

Se você curtiu esse conteúdo, não deixe de conferir a nossa seleção de poemas infantis de Vinícius de Moraes.

Um abraço e até a próxima!

Como citar este conteúdo COMO FAZER UM POEMA. 7 poemas infantis de Cecília Meireles para ler com as crianças!. [S.I.] 2024. Disponível em: https://comofazerumpoema.com/poemas-infantis-de-cecilia-meireles-poesia/. Acesso em: 1 dez. 2024.