Confira a nossa seleção de poemas de amor em português e se comova com esses lindos poemas!
Os poemas de amor são, talvez, os que fazem maior sucesso entre os leitores, e que mais lhes inspiram empatia.
Isso se deve ao fato de que o amor, esse tema sublime, é uma entre as manifestações mais autênticas da espécie humana.
De Dante a Shakespeare, de Petrarca a Camões, o amor está sempre presente. Parece, às vezes, a própria poesia exigir dos poetas a composição de poemas de amor.
E se o tema é habitualíssimo, se parece constituir um elo entre almas sensíveis de todos os tempos, também parece jamais se esgotar, enquanto houver um artista que coloque em palavras o seu sentimento individual.
Dito isso, preparamos uma lista com 7 lindos e emocionantes poemas de amor para que você leia e possa empatizar com o sentimento destes grandes artistas.
Aproveite!
Poemas de amor
Amor um é fogo que arde sem se ver, de Camões
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata, lealdade.Mas como causar pode o seu favor
Nos mortais corações conformidade,
Sendo a si tão contrário o mesmo Amor?
- Confira nossa análise completa de Amor é um fogo que arde sem se ver, de Camões.
As sem-razões do amor, de Carlos Drummond de Andrade
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.Eu te amo porque não amo
bastante ou de mais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
- Confira nossa análise completa de As sem-razões do amor, de Carlos Drummond de Andrade.
Eu te amo, de Chico Buarque de Hollanda
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partirSe, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso irSe nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguirSe entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeuComo, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teuComo, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sairNão, acho que estás se fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir
Amar e ser amado, de Castro Alves
Amar e ser amado! Com que anelo
Com quanto ardor este adorado sonho
Acalentei em meu delírio ardente
Por essas doces noites de desvelo!Ser amado por ti, o teu alento
A bafejar-me a abrasadora frente!
Em teus olhos mirar meu pensamento,
Sentir em mim tu’alma, ter só vida
Pra tão puro e celeste sentimento:Ver nossas vidas quais dois mansos rios,
Juntos, juntos perderem-se no oceano —,
Beijar teus dedos em delírio insano
Nossas almas unidas, nosso alento,
Confundido também, amante — amado —
Como um anjo feliz… que pensamento!
Ama-me, de Hilda Hilst
Aos amantes é lícito a voz desvanecida.
Quando acordares, um só murmúrio sobre o teu ouvido:
Ama-me. Alguém dentro de mim dirá: não é tempo, senhora,
Recolhe tuas papoulas, teus narcisos. Não vês
Que sobre o muro dos mortos a garganta do mundo
Ronda escurecida?Não é tempo, senhora. Ave, moinho e vento
Num vórtice de sombra. Podes cantar de amor
Quando tudo anoitece? Antes lamenta
Essa teia de seda que a garganta tece.Ama-me. Desvaneço e suplico. Aos amantes é lícito
Vertigens e pedidos. E é tão grande a minha fome
Tão intenso meu canto, tão flamante meu preclaro tecido
Que o mundo inteiro, amor, há de cantar comigo.
Quando eu não te tinha, de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
Quando eu não te tinha
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima…
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor —
Tu não me tiraste a Natureza…
Tu mudaste a Natureza…
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.Só me arrependo de outrora te não ter amado.
Amar!, de Florbela Espanca
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui… além…
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar! Amar! E não amar ninguém!Recordar? Esquecer? Indiferente!…
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder… pra me encontrar…
Conclusão
Ficamos por aqui!
Esperamos que você tenha gostado de nossa seleção de poemas de amor.
Se você curtiu esse conteúdo, não deixe de ver a nossa coletânea de poemas sobre a primavera.
Um abraço e até a próxima!