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8 poemas românticos curtos que coração nenhum é capaz de resistir!

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Confira a nossa seleção de poemas românticos curtos capazes de comover o mais duro dos corações!

Os poemas românticos curtos encantam por exprimirem, em poucas palavras, um sentimento muito forte.

Exatamente por isso eles são tão difíceis de se fazer, pois resumem algo que talvez não caiba em palavras.

Alguns poetas, contudo, fizeram belíssimos poemas românticos curtos, que continuam e continuarão a despertar nossa empatia e a atiçar nossa imaginação.

Se você entrou nesse artigo buscando se deliciar com esse tipo de composição, ou deseja encontrar inspiração para construir, você mesmo, um poema romântico, você está no lugar certo!

Preparamos uma lista com excelentes poemas românticos curtos capazes de comover o mais duro dos corações.

Boa leitura!

Poemas românticos curtos

Soneto do amor total, de Vinicius de Moraes

Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Redondilha, de Camões

Outro.

Pois dano me faz olhar-vos,
Não quero, por não perder-vos,
Que ninguém me veja ver-vos.

Volta.

De ver-vos a não vos ver
Há dois extremos mortais;
E são eles em si tais,
Que um por um me faz morrer;
Mas antes quero escolher,
Que possa viver sem ver-vos,
Minh’alma, por não perder-vos.

Deste tamanho perigo
Que médio posso ter,
Se vivo só com vos ver,
Se vos não vejo, perigo?
Mas quero acabar comigo,
Que ninguém me veja ver-vos,
Senhora, por não perder-vos.

Fanatismo, de Florbela Espanca

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver.
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No mist’rioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!…

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
“Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”

De longe te hei-de amar, de Cecília Meireles

De longe te hei-de amar
– da tranquila distância
em que o amor é saudade
e o desejo, constância.

Do divino lugar
onde o bem da existência
é ser eternidade
e parecer ausência.

Quem precisa explicar
o momento e a fragrância
da Rosa, que persuade
sem nenhuma arrogância?

E, no fundo do mar,
a Estrela, sem violência,
cumpre a sua verdade,
alheia à transparência.

Ora (direis) ouvir estrelas!, de Olavo Bilac

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…

E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”

Saudade, de Augusto dos Anjos

Hoje que a mágoa me apunhala o seio,
E o coração me rasga atroz, imensa,
Eu a bendigo da descrença em meio,
Porque eu hoje só vivo da descrença.

À noite quando em funda soledade
Minh’alma se recolhe tristemente,
P’ra iluminar-me a alma descontente,
Se acende o círio triste da Saudade.

E assim afeito às mágoas e ao tormento,
E à dor e ao sofrimento eterno afeito,
Para dar vida à dor e ao sofrimento,

Da saudade na campa enegrecida
Guardo a lembrança que me sangra o peito,
Mas que no entanto me alimenta a vida.

Amor e seu tempo, de Carlos Drummond de Andrade

Amor é privilégio de maduros
Estendidos na mais estreita cama,
Que se torna a mais larga e mais relvosa,
Roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
O prêmio subterrâneo e coruscante,
Leitura de relâmpago cifrado,
Que, decifrado, nada mais existe

Valendo a pena e o preço do terrestre,
Salvo o minuto de ouro no relógio
Minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
Depois de se arquivar toda a ciência
Herdada, ouvida. Amor começa tarde.

O amor é uma companhia, de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

Conclusão

Ficamos por aqui!

Esperamos que você tenha gostado de nossa seleção de poemas românticos curtos.

Se você curtiu esse conteúdo, não deixe de ver a nossa coletânea de poemas de amor.

Um abraço e até a próxima!

Como citar este conteúdo COMO FAZER UM POEMA. 8 poemas românticos curtos que coração nenhum é capaz de resistir!. [S.I.] 2021. Disponível em: https://comofazerumpoema.com/poemas-romanticos-curtos-que-coracao-poesia/. Acesso em: 14 mai. 2024.