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7 belíssimos poemas curtos sobre a vida que inspiram reflexão!

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Confira a nossa seleção de poemas sobre a vida e veja como, em poucos versos, é possível inspirar profunda reflexão!

Os poemas sobre a vida estão entre os mais populares da literatura por serem capazes de inspirar reflexão e fazer-nos pensar sobre como lidamos com a nossa existência.

Muitas vezes vivemos e simplesmente vivemos, sem nos atentar para a realidade que nos rodeia ou para a nossa maneira de encará-la.

E não é raro ocorrer que, entrando em contato com belos poemas sobre a vida, ainda que sejam curtos, somos alçados por poetas a pensar em um sentido superior para a nossa existência.

É por isso que esse tipo de poema faz tanto sucesso: em poucas palavras, ele tem o poder de inspirar reflexão e, muitas vezes, transformar a vida de quem lê.

Dito isso, preparamos uma seleção com 7 poemas sobre a vida para que você possa ler e refletir juntamente de poetas.

Boa leitura!

Poemas sobre a vida

Dorme, que a vida é nada!, de Fernando Pessoa

Dorme, que a vida é nada!
Dorme, que tudo é vão!
Se alguém achou a estrada,
Achou-a em confusão,
Com a alma enganada.

Não há lugar nem dia
Para quem quer achar,
Nem paz nem alegria
Para quem, por amar,
Em quem ama confia.

Melhor entre onde os ramos
Tecem dosséis sem ser
Ficar como ficamos,
Sem pensar nem querer,
Dando o que nunca damos.

Segue o teu destino, de Fernando Pessoa

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

E pois todos isto temos, de Camões

E pois todos isto temos,
Não nos engane a riqueza,
Por que tanto esmorecemos,
Trás que vamos;
Já que temos por certeza
Que quando mais a queremos,
A deixamos.

Gastamos em alcançá-la
A vida; e quando queremos
Usar dela,
Nos tira a morte lográ-la:
Assi que a Deus perdemos,
E a ela.

Brisa, de Manuel Bandeira

Vamos viver no Nordeste, Anarina.
Deixarei aqui meus amigos, meus livros, minhas riquezas, minha vergonha.
Deixarás aqui tua filha, tua avó, teu marido, teu amante.
Aqui faz muito calor.
No Nordeste faz calor também.
Mas lá tem brisa:
Vamos viver de brisa, Anarina.

Desenho, de Cecília Meireles

Traça a reta e a curva,
a quebrada e a sinuosa
Tudo é preciso.
De tudo viverás.

Cuida com exatidão da perpendicular
e das paralelas perfeitas.
Com apurado rigor.
Sem esquadro, sem nível, sem fio de prumo,
traçarás perspectivas, projetarás estruturas.
Número, ritmo, distância, dimensão.
Tens os teus olhos, o teu pulso, a tua memória.

Construirás os labirintos impermanentes
que sucessivamente habitarás.

Todos os dias estarás refazendo o teu desenho.
Não te fatigues logo. Tens trabalho para toda a vida.
E nem para o teu sepulcro terás a medida certa.

Somos sempre um pouco menos do que pensávamos.
Raramente, um pouco mais.

Viver, de Carlos Drummond de Andrade

Mas era apenas isso,
era isso, mais nada?
Era só a batida
numa porta fechada?

E ninguém respondendo,
nenhum gesto de abrir:
era, sem fechadura,
uma chave perdida?

Isso, ou menos que isso
uma noção de porta,
o projeto de abri-la
sem haver outro lado?

O projeto de escuta
à procura de som?
O responder que oferta
o dom de uma recusa?

Como viver o mundo
em termos de esperança?
E que palavra é essa
que a vida não alcança?

A máscara, de Augusto dos Anjos

Eu sei que há muito pranto na existência,
Dores que ferem corações de pedra,
E onde a vida borbulha e o sangue medra,
Aí existe a mágoa em sua essência.

No delírio, porém, da febre ardente
Da ventura fugaz e transitória
O peito rompe a capa tormentória
Para sorrindo palpitar contente.

Assim a turba inconsciente passa,
Muitos que esgotam do prazer a taça
Sentem no peito a dor indefinida.

E entre a mágoa que másc’ra eterna apouca
A Humanidade ri-se e ri-se louca
No carnaval intérmino da vida.

Conclusão

Ficamos por aqui!

Esperamos que você tenha gostado de nossa seleção de poemas sobre a vida e que eles tenham suscitado a reflexão em você.

Se você curtiu esse conteúdo, não deixe de ver a nossa coletânea de poemas românticos curtos.

Um abraço e até a próxima!

Como citar este conteúdo COMO FAZER UM POEMA. 7 belíssimos poemas curtos sobre a vida que inspiram reflexão!. [S.I.] 2021. Disponível em: https://comofazerumpoema.com/poemas-sobre-a-vida-curtos-poesia-reflexao/. Acesso em: 2 mai. 2024.