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Poema A valsa, de Casimiro de Abreu

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Conheça o poema A valsa, de Casimiro de Abreu, destacado poeta brasileiro do século XIX!

Casimiro de Abreu é um poeta que ocupa lugar honroso na história da literatura brasileira.

Embora tenha deixado este mundo muito jovem, Casimiro legou-nos belas composições poéticas e seu nome, hoje, é rodeado de respeito.

Uma de suas composições mais conhecidas, A valsa, impressiona pela delicadeza e pela habilidade no manejo do verso de duas sílabas poéticas (segundo a contagem de Castilho), um metro não tão comum em língua portuguesa.

Por isso, disponibilizamos esse poema para que você conheça-o e meça o talento deste poeta brasileiro.

Aproveite!

A valsa

Tu, ontem,
Na dança
Que cansa,
Voavas
Co’as faces
Em rosas
Formosas
De vivo,
Lascivo
Carmim;
Na valsa
Tão falsa,
Corrias,
Fugias,
Ardente,
Contente,
Tranqüila,
Serena,
Sem pena
De mim!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!…
– Não negues,
Não mintas…
– Eu vi!…

Valsavas:
– Teus belos
Cabelos,
Já soltos,
Revoltos,
Saltavam,
Voavam,
Brincavam
No colo
Que é meu;
E os olhos
Escuros
Tão puros,
Os olhos
Perjuros
Volvias,
Tremias,
Sorrias,
P’ra outro
Não eu!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!…
– Não negues,
Não mintas…
– Eu vi!…

Meu Deus!
Eras bela
Donzela,
Valsando,
Sorrindo,
Fugindo,
Qual silfo
Risonho
Que em sonho
Nos vem!
Mas esse
Sorriso
Tão liso
Que tinhas
Nos lábios
De rosa,
Formosa,
Tu davas,
Mandavas
A quem?!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!…
– Não negues,
Não mintas,..
– Eu vi!…

Calado,
Sozinho,
Mesquinho,
Em zelos
Ardendo,
Eu vi-te
Correndo
Tão falsa
Na valsa
Veloz!
Eu triste
Vi tudo!
Mas mudo
Não tive
Nas galas
Das salas,
Nem falas,
Nem cantos,
Nem prantos,
Nem voz!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!…
– Não negues
Não mintas…
– Eu vi!

Na valsa
Cansaste;
Ficaste
Prostrada,
Turbada!
Pensavas,
Cismavas,
E estavas
Tão pálida
Então;
Qual pálida
Rosa
Mimosa
No vale
Do vento
Cruento
Batida,
Caída
Sem vida.
No chão!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!…
– Não negues
Não mintas…
– Eu vi!

Conclusão

Ficamos por aqui!

Esperamos que você tenha gostado desse belo poema A valsa, de Casimiro de Abreu.

Se você curtiu esse conteúdo, não deixe de ver o nosso artigo sobre os tipos de verso da língua portuguesa.

Um abraço e até a próxima!

Como citar este conteúdo COMO FAZER UM POEMA. Poema A valsa, de Casimiro de Abreu. [S.I.] 2021. Disponível em: https://comofazerumpoema.com/a-valsa-de-casimiro-de-abreu-poesia-poema/. Acesso em: 3 mai. 2024.