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Canção de ninar (ou cantiga de embalar): o que é, características e exemplos

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Saiba o que é canção de ninar (ou cantiga de embalar) em poesia, conheça suas características e veja exemplos de sua aplicação!

As canções de ninar estão entre as composições poéticas de maior alcance e maior popularidade da literatura.

A maioria das pessoas que as conhece, e as entoa, não se atenta para seus aspectos construtivos, embora reconheça o seu evidente valor funcional.

A seguir, elucidaremos o que é canção de ninar em poesia, quais são suas características e daremos exemplos de sua aplicação.

Definição de canção de ninar

Canção de ninar (ou cantiga de embalar) é uma composição poética e/ou musical concebida com a intenção de fazer adormecer uma criança.

Em português, este tipo de composição é conhecido por muitos nomes, como acalanto, acalento, nana-nenê, dorme-nenê, canção ou cantiga de berço, canção ou cantiga de ninar, de acalentar, de embalar, de canastra, de arrolar, entre outros.

Como se percebe, o que melhor a define é não o seu nome, mas a sua finalidade: a canção de ninar é feita para ser entoada por um adulto a fim de fazer com que uma criança durma.

Frequentemente, isso é feito enquanto se balança a criança, seja num berço ou aconchegada no colo do adulto, e daí o termo embalar.

Modernamente, também encontramos gravações de canções de ninar, acompanhadas de música, nos mais diversos formatos imagináveis.

Características da canção de ninar

Embora variadíssimas, é possível elencar algumas características das canções de ninar comumente observadas.

Em geral, estas composições expressam um contraste entre a vontade daquele que a entoa (o adulto que deseja que a criança durma) e a daquele que a escuta (a criança que supostamente não quer dormir).

Em razão disso, é comum nelas encontrarmos verbos no imperativo:

Dorme, dorme, meu menino,
Nesse bercinho dourado
(…)

Também é comum que a letra da cantiga tente persuadir a criança a fazer aquilo que se deseja, e isso pode vir expresso de variadas maneiras, como através de promessas de recompensas ou até ameaças.

Independentemente da forma com que apareça, a persuasão é sempre expressa em linguagem dócil, por vezes lúdica, fantástica ou até ilógica.

Embora não seja regra, é comum se destacarem elementos fônicos e sonoros nas canções de ninar: frequentemente encontramos rimas, aliterações e/ou metrificação nestas composições, algo que contribui para que, quando cantadas pelo adulto, soem ritmadas e agradáveis aos ouvidos da criança.

Por fim, destacamos que as canções de ninar geralmente apresentam-se em numerosas variações regionais, posto que, o mais das vezes, não se sabe quem as compôs e sua transmissão é feita oralmente de geração para geração.

Exemplos de canção de ninar

Abaixo daremos mais alguns exemplos de canção de ninar em português:

Canções de ninar brasileiras

Nana neném

Nana, neném
Que a Cuca vem pegar
Papai foi pra roça
Mamãe foi trabalhar

Nana, neném
Que a Cuca vem pegar
Papai foi pra roça
Mamãe foi trabalhar

Boi, boi, boi
Boi da cara preta
Pega esse menino
Que tem medo de careta

Boi, boi, boi
Boi da cara preta
Pega esse menino
Que tem medo de careta

Bicho papão
Sai de cima do telhado
E deixa este menino
Dormir sossegado

Bicho papão
Sai de cima do telhado
E deixa este menino
Dormir sossegado

Fui no Tororó

Fui no Tororó,
Beber água, não achei
Achei bela morena
Que no Tororó deixei

Aproveite minha gente
Que uma noite não é nada
Se não dormir agora
Dormirá de madrugada

Ó Mariazinha, Mariazinha
Entrará na roda
E ficará sozinha

Sozinha eu não fico
Nem hei de ficar
Pois eu tenho Joãozinho
Para ser meu par

Se essa rua fosse minha

Se essa rua,
Se essa rua fosse minha.
Eu mandava,
Eu mandava ladrilhar.
Com pedrinhas,
Com pedrinhas de brilhante.
Para o meu,
Para o meu amor passar.

Nessa rua,
Nessa rua tem um bosque.
Que se chama,
Que se chama solidão.
Dentro dele,
Dentro dele mora um anjo.
Que roubou,
Que roubou meu coração.

Se eu roubei,
Se eu roubei teu coração.
Tu roubaste,
Tu roubaste o meu também.
Se eu roubei,
Se eu roubei teu coração.
É porque,
É porque te quero bem.

Sapo-cururu

Sapo-cururu
Na beira do rio
Quando o sapo canta, ô maninha
É porque tem frio

A mulher do sapo
Deve estar lá dentro
Fazendo rendinha, ô maninha
Para o casamento

Sapo-cururu
Na beira do rio
Quando o sapo canta, ô maninha
É porque tem frio

A mulher do sapo
Deve estar lá dentro
Fazendo rendinha, ô maninha
Para o casamento

Sapo-cururu
Na beira do rio
Quando o sapo canta, ô maninha
É porque tem frio

A mulher do sapo
Deve estar lá dentro
Fazendo rendinha, ô maninha
Para o casamento

Sapo-cururu
Na beira do rio
Quando o sapo canta, ô maninha
É porque tem frio

A mulher do sapo
Deve estar lá dentro
Fazendo rendinha, ô maninha
Para o casamento

Fazendo rendinha, ô maninha
Para o casamento

Cantigas de embalar portuguesas

Dorme, dorme, meu menino

Dorme, dorme, meu menino,
Nesse bercinho dourado
Vai dormir com Jesus Cristo,
Um soninho descansado.

Brilha, brilha lá no céu

Brilha, brilha lá no céu,
a estrelinha que nasceu.

Logo outra surge ao lado,
fica o céu fica iluminado.

Brilha, brilha lá no céu,
a estrelinha que nasceu.

Logo outra surge ao lado,
fica o céu fica iluminado.

Brilha, brilha lá no céu,
a estrelinha que nasceu.

Chegou o soninho

A noite cai lá fora
A lua a cintilar
Uma estrelinha brilha
E vai-te aconchegar.

Escovar os dentinhos,
Casar os botões…
Chegando o soninho
Vão ser dois heróis.

Juntos vão viajar
Por sonhos de encantar…

De manhã vai nascer
O Sol, um novo dia,
Para poderes brincar
Com muita energia.

Vestir o pijama
E sempre a sorrir
Saltar para a cama.
É hora de dormir.

O Soninho vai chegar
Com ele vais sonhar.

O Soninho chegou…
E vai-te aconchegar.

Boa noite e até amanhã!

Está na hora da caminha

Está na hora da caminha
vamos lá dormir
que lá fora, as estrelas
dormem a sorrir
e amanhã cedinho, bem cedinho
tu vais ver
acordas mais forte e mais esperto,
isso é crescer
boa noite,

sonhos lindos,
adeus e até amanhã.