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8 principais erros cometidos por poetas iniciantes

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Saiba quais são os erros mais frequentes cometidos por poetas iniciantes e evite cometê-los!

É sabido que a poesia é uma arte dificílima e complexa.

O poeta iniciante ou, antes, o aspirante a poeta, começa por enfrentar a escassez de material de qualidade para o estudo da poesia.

Em seguida, tão logo entre em contato com diferentes obras poéticas, percebe-as extremamente variadas, parecendo-lhe nebulosos, senão inexistentes, os princípios técnicos que porventura as conciliam.

Assim, mesmo que as aprecie, e finalmente decida tornar-se, também, um poeta, uma infinidade de dificuldades aparentam como que tentando convencê-lo a abandonar a empreitada.

E, se não fossem estas suficientes, ainda há uma série de erros que o próprio aspirante a poeta comete, prejudicando-lhe o desenvolvimento.

Pensando nisto, preparamos uma lista com os 8 principais erros cometidos por poetas iniciantes, para que você que está iniciando na arte poética possa conhecê-los e evitá-los.

Boa leitura!

Principais erros cometidos por poetas iniciantes

Achar que poesia é somente inspiração

Abrimos a nossa lista com este que é um erro muitíssimo comum em poetas iniciantes, por nutrirem uma visão equivocada de como se dá o processo de criação artística.

Está mais do que disseminada — inclusive devido a muitos poetas — essa ideia fantasiosa de que a poesia é criada quando o poeta é elevado ao cume da inspiração por sua musa, e então os versos brotam de sua pena como que por mágica.

Infelizmente, a realidade não é assim.

Se a inspiração existe, e se ela é importante no processo criativo, não é ela senão responsável por iluminações pontuais: a inspiração, sozinha, não dá luz a um volume de poemas.

O que dá luz a um volume de poemas é um misto de disciplina, paciência e trabalho duro que, com ou sem inspiração, colocam o poeta regularmente sentado em sua cadeira a digladiar-se por expressão.

Julgar o passado como superado

Por incrível que pareça, é este um erro muito comum em poetas iniciantes, que talvez deriva da noção de que nosso século é o ponto culminante da história e que, por isso, somos superiores aos nossos antepassados.

Não é raro encontrarmos um preconceito para com autores antigos, que fundamenta-se na opinião de que a poesia livre moderna “superou” a poesia clássica metrificada, e que portanto os antigos poetas são-nos de pouco valor.

Nada mais falso!

Se há brilho na poesia moderna, boa parte deste brilho é dependente dos próprios autores clássicos, por derivar-se de um contraste que evidencia a criatividade das novas formas de expressão.

O poeta iniciante que julgar-se dispensado do estudo dos antigos provavelmente nunca entenderá os fundamentos musicais da poesia e fará versos medíocres, bem diferentes dos versos dos melhores poetas modernos — poetas que, via de regra, estudaram os clássicos muito bem.

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Não estudar a técnica poética

O próximo erro que destacamos por parte de poetas iniciantes é não estudar a técnica poética.

A poesia é uma arte que possui tantas dificuldades, que a última coisa que um poeta deve-se permitir é pensar, no meio da criação de um poema, se deve elidir tal ou tal vogal, se deve contar as sílabas de um verso assim ou assado, e por aí vai. Tudo isso deve ser automático.

Por isso, o poeta tem de se preparar para que, quando sentar-se para compor poemas, não haja dúvidas quanto à técnica poética.

Estando esta dominada, ele poderá, enfim, concentrar-se na difícil tarefa de expressar em versos aquilo que deseja.

Não estudar a gramática

Não estudar a gramática é um erro ainda mais básico e talvez ainda mais frequente que o anterior em poetas iniciantes.

Se um poeta deseja fazer bons versos com regularidade, então é preciso que ele desobstrua o máximo possível as dificuldades que porventura possua para exprimir aquilo que sente: o domínio da gramática, pois, é fundamental.

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A poesia é a arte suprema no manejo de uma língua, e portanto o poeta tem de ser o conhecedor supremo do próprio idioma.

Enganam-se aqueles que pensam que, por ter “liberdade poética”, pode o poeta desprezar o estudo da gramática.

Muito pelo contrário: para violá-la esporadicamente, caso queira, o poeta tem de conhecê-la muitíssimo bem, de outro modo arriscará fazer, em vez de um uso criativo e interessante, um uso ridículo da liberdade que possui.

Falta de planejamento

Este é um erro muitas vezes derivado do primeiro desta lista, e que frequentemente resulta no tão falado “bloqueio criativo”.

O poeta ilude-se quando pensa que, para fazer versos, basta sentar-se numa cadeira e aguardar pela inspiração — e ilude-se ainda mais quando, ao fazer um poema desta forma, crê que fará regularmente vários outros assim.

O planejamento é fundamental quando falamos de poesia: talvez seja este o principal distintivo entre um poeta amador e um profissional.

Já mostramos, aqui, algumas lições sobre o assunto que podemos tirar de “O corvo”, de Edgar Allan Poe, e cabe reforçar: o poeta profissional precisa trabalhar de forma a dividir os muitos problemas que terá de encarar e abordá-los individual e metodicamente.

Sentar-se à mesa para decidir o que e como irá escrever, enquanto tenta fazê-lo, é absolutamente contraprodutivo: são muitos problemas de uma só vez.

Por isso, o planejamento é fundamental: é preciso defini-las e ir vencendo, uma a uma, as etapas na construção de um poema.

Para usar uma comparação vulgar, assim como uma fábrica de sapatos possui um método que a permite fabricar sapatos regularmente, o poeta precisa converter-se numa “fábrica de poemas”, isto é, possuir um método que o permita fabricar poemas de forma regular, independentemente do estado de humor em que se encontra, do clima ou de quaisquer outras condições externas.

Ler um número reduzido de poetas

Ler um número reduzido de poetas, ou ler somente poetas de determinada “escola”, ou de determinado tempo pode contribuir negativamente ao desenvolvimento de um poeta, limitando-lhe o horizonte criativo.

Se tivéssemos de resumir em três simples etapas o que deve fazer um poeta iniciante para desenvolver-se, diríamos: 1) estudar a língua portuguesa (incluindo a gramática e a técnica poética); 2) estudar os grandes poetas e 3) praticar a composição de versos.

Essas três importantes etapas devem ser feitas em conjunto, por serem complementares, e sem dúvida a leitura de grandes poetas é fundamental.

Lendo um grande artista, o estudante verá as regras da gramática aplicadas de forma bela e criativa, além de inundar-se de ideias de como pode expressar aquilo que deseja, deixando-se influenciar pelo poeta que estuda.

Lendo muitos artistas, o poeta ampliará o seu horizonte de possibilidades e, ainda que não se identifique com um ou outro, é certo que de todos eles terá algo interessante a aprender.

Ter muita pressa

Nosso século é caracterizado por um anseio quase irracional para ter rápido aquilo que desejamos.

Com a poesia, não poderia ser diferente, e é muito comum ver poetas iniciantes em busca dos resultados milagrosos, das fórmulas infalíveis e dos caminhos mais fáceis.

Ocorre que, infelizmente, na poesia assim como em inúmeras outras áreas, a maestria só se atinge com tempo e esforço.

O poeta deve considerar sua formação poética obra de uma vida inteira, nunca deixando de estudar.

Portanto, ter pressa é trabalhar contra si mesmo: o que o poeta iniciante deve cultivar, em contrapartida, é a virtude da paciência.

Ter medo de errar

Fechamos nossa lista com esse que está entre os erros mais comuns de poetas iniciantes: ter medo de errar.

Como dissemos anteriormente, a prática é fundamental para que o poeta se desenvolva e aplique aquilo que estuda.

Se, por um lado, o estudo atento da gramática, da técnica poética e dos grandes poetas é necessário; por outro, o poeta iniciante não deve se inibir diante da falta de conhecimento, ou dos estudos ainda incipientes.

Ainda que não os publique, o poeta iniciante deve treinar, treinar e treinar a composição de versos. Só assim ele poderá familiarizar-se com os elementos constituintes da arte poética, manejando-os cada vez melhor.

O medo de errar, portanto, deve ser vencido pela humildade de saber-se imperfeito, em constante aprendizado, e desejoso de aprender.

Assim, no futuro, treinando e treinando, esforçando-se continuamente, poderá ele tornar-se talvez um mestre na belíssima arte de fazer versos.

Conclusão

Ficamos por aqui!

Esperamos que você tenha gostado de nosso artigo e conhecido os principais erros cometidos por poetas iniciantes.

Se você curtiu esse conteúdo, não deixe de ver o que escrevemos sobre ditongos, tritongos e hiatos.

Um abraço e até a próxima!

Como citar este conteúdo COMO FAZER UM POEMA. 8 principais erros cometidos por poetas iniciantes. [S.I.] 2022. Disponível em: https://comofazerumpoema.com/principais-erros-poetas-iniciantes-poesia/. Acesso em: 15 mai. 2024.